7 de setembro de 2014

Edição de Aniversário



OS ANOS INOCENTES

Uma primeira vez é sempre marcada de incertezas, expectativas e muita ansiedade, ainda mais para um adolescente. 
Quando saí para minha primeira ida a montanha, para escalar o Castelo dos Bugres em alguma data perdida no inverno de 1988, mal sabia que isso daria rumo a minha vida. Já de cara saquei o mundo de possibilidades e aprendizados que as montanhas tinham a oferecer.

Castelo dos Bugres - Serra do Mar - Joinville/SC
Durante os invernos seguintes, escalei na companhia de outros amigos escoteiros sistematicamente as principais montanhas da região, Pico Jurapê, Monte Crista, Morro da Tromba, Morro Pelado, Marumbi, entre muitas outras menos populares.

Naturalmente, logo estávamos praticando escaladas mais comprometidas, ainda que com muito improviso e criatividade. 
Ainda na fase do colégio, um amigo de turma, que também estava subindo montanhas conosco, comprou a muito custo o Manual do Montanhista de Cristiano Requião, com esse livro em mãos estudamos e começamos a praticar com afinco as técnicas para escalada em rocha. 

O MARCO

Foi então que em 1994, caiu em minhas mãos o Informativo Mountain Voices, com uma propaganda do Curso Básico de Escalada em Rocha promovido pela Montanhismus.

Durante o feriado feriado de 7 de setembro desse mesmo ano, junto com Luciano Sampaio e Djorgian Day parti em direção a Pedra do Baú em São Bento do Sapucaí/SP, para enfim concretizar o aprendizado dos primeiros passos.

Aula 1 do Curso Básico de Escalada em Rocha - set/94

SEMPRE APRENDER

Hoje, a exatos 20 anos do curso, minha motivação em aprender a escalar segue forte e autêntica. Sigo a subir freneticamente pelas pedras e montanhas que vou encontrando em meu trilhar. 

Sei que muito tenho ainda a aprender, e a cada nova escalada, vou adquirindo mais experiências e assim lapidando minha forma de ver, sentir e escalar a vida.

Me dedico a profissão de ensinar a escalar montanhas, pois entendo que além das "horas/rocha" passadas nas montanhas é compartilhando nosso conhecimento que firmamos nosso aprendizado.

350 metros de uma de nova via na Pedra do Córrego, em Pancas no Espírito Santo.
Cume Pedra do Córrego, Pancas/ES com Alexandre e Izabela, setembro/2014

GRATIDÃO

Nesses anos todos tive muitos mestres que facilitaram meu desenvolvimento, todos foram importantes em seu momento, alguns merecem destaque:
Robson Pires por me emprestar o Manual do Montanhista, Eliseu Frechou pelas primeiras aulas, Ronaldo "Nativo" Franzen pelo legado deixado em São Chico e por abrir as portas do Marumbi, Bito Meyer pelas vias deixadas no Morro da Cruz/SFS onde pude forjar meu estilo, aos parceiros Reginaldo Carvalho, Edmilson Ávila, Edu Pedro e Luana Hudler que sempre estiveram e seguem estando presente nas grandes roubadas e aos meus pais que sempre me apoiaram.

Agradeço também a todos aqueles montanhistas que antes de mim, deixaram seus ensinamentos e rumos, para que possamos seguir a empurrar nossos limites e desenvolver a arte de viver pelas montanhas!!!


Muito Obrigado.




19 de junho de 2014

Festival Pedra Rachada

Inscrições abertas para o 10º Festival Pedra Rachada Bouldering!

Nos dias 18, 19 e 20 de julho deste ano, a Pedra Rachada receberá a 10ª edição do Festival Pedra Rachada Bouldering, que é um dos mais tradicionais festivais de escalada do Brasil. Além do lançamento do Guia de Escalada Pedra Rachada Bouldering, o evento terá muitas outras atrações imperdíveis, confira:


• Recepção de boas vindas com café da manhã na pedra;  
• Sorteio de brindes, roupas e materiais de escalada;  
• Kits distribuídos em ecobags exclusivas, contendo:
Guia de Escalada Pedra Rachada Bouldering (após o Festival, o Guia será vendido a R$ 60,00); 
- Barrinhas de cereal, 1 diária para o Muro de Escalada Tórtons (Pampulha), revistas e outros brindes; 
• Camping com piscina semi olímpica e estrutura de vestiários;  
• Praça de alimentação com venda de bebidas e alimentos; 
• Iluminação dos blocos na escalada noturna;  
• Festa no setor com DJ's convidados para levantar a galera!;  
• Exibição de filmes de escalada; 
• E muito mais!

Fotos de altíssima qualidade farão parte do Guia de Escalada Pedra Rachada Bouldering! Nesta, Nathalia Daneliczin escala o clássico “Bicicletinha 2000” v5 (foto: Vitor Maciel).
 Pedra Rachada está localizada no município de Sabará/MG, a apenas 35km do centro da capital mineira Belo Horizonte. O local, considerado pelos melhores escaladores como um dos mais importantes do país para a prática do boulder, possui escaladas para todos os níveis, com graduações que variam entre v0 e v12 e projetos que ainda não receberam ascensões.

O idealizador do projeto, Luca Portilho, no boulder Esparrachado, um dos v8 mais clássicos do setor!  (foto: Gabriel Oliveira / Pedra Viva).


Com um projeto gráfico diferenciado, o guia trará fotos de mais de 100 blocos, descrições mais de 500 boulders, circuito de grau e fotos de escalada em altíssima qualidade. Além disso, o guia contará com informações completas sobre a cidade de Sabará: onde ficar, onde comer, onde conseguir suprimentos, turismo local, etc.

Circuito de graus, um dos diferenciais do Guia de Escalada Pedra Rachada Bouldering.

As inscrições já estão abertas e podem ser realizadas através do site: www.pedrarachada.com
Mas corra, apenas os 50 primeiros inscritos ganharão 01 Magnésio 4climb (chalk block)!

Confiram o Vimeo da Pedra Rachada (www.vimeo.com/pedrarachada) , onde estão sendo lançados quinzenalmente vídeos dos boulders mais clássicos do setor.



Sigam a Pedra Rachada no Instagram (@pedrarachada) e no Facebook (www.facebook.com/pedrarachada) e confira mais fotos incríveis e informações sobre as escaladas no local.


Esperamos receber toda a comunidade escaladora do Brasil. Convide os amigos e a família e venha curtir a maior festa da escalada nacional!!!




15 de junho de 2014

Lágrimas de Jah

Dani Casas na abertura da Lágrimas de Jah. Foto: Reginaldo Carvalho
Minha escola de escalada sempre foi a ilha de São Chico, nela pude desenvolver diversas técnicas e estilos.
O que mais me ensinou foram as aberturas de novas vias, na ponta da corda vindo de baixo pra cima, descobrindo e me surpreendendo com cada lance, com cada agarra, emoção a flor da pele!!!

Um lugar que muito tem à ensinar, é o Paredão das Lágrimas, esse setor pouco frequentado atualmente, foi um dos primeiros a serem desenvolvidos na Ilha, no final dos anos 90. 

Rian Müller na clássica fenda Entre o Sonho e a Realidade (6sup)
Foi nesse setor que surgiram as primeiras vias esportivas de São Chico, antes mesmo do popular Morro da Palha. O estilo empregado na época foi bem sagaz, todas as vias abertas de baixo pra cima. 
Primeiramente exploramos a linhas de fendas, batendo grampos só no final delas para rapelar e depois aos poucos foram surgindo as vias de placas com proteções fixas e algumas mesclando móveis e fixo.

Recentemente o setor que andava pouco frequentado foi reativado, a trilha foi reaberta e sinalizada, contenções e cordas fixas foram instaladas para diminuir e conter a erosão, além disso foi aberto uma nova área denominada de "Vertical", com aproximadamente 6 novas vias com proteções fixas, de sexto a nono grau, os principais responsáveis por esse "revival" foram João Luis, Igor Jung, Marcelo Cabral entre outros.

Rafael Ártico na via Engole o Choro. Foto: Eduardo Geovane
Aproveitando a boa onda, essa semana junto com com Alecssandro Urbano abrimos mais uma via no setor, a Lágrimas de Jah. Subimos uma parede bem vertical com um teto incrível no final. A via foi aberta vindo de baixo, no melhor estilo de escalada de aventura, ganhamos altura mesclando lances em livre com artificial. 

Via Lágrimas de Jah. Foto: Reginaldo Carvalho
Urbano na ponta da corda abrindo seu primeiro lance. 
A primeira parte é bem explosiva e negativa, a parte do meio bem vertical com poucas agarras e extremamente técnica e para fechar com chave de ouro, uma virada de teto protegido em móvel, seguido de um lance negativo com agarras grandes. Realmente uma preciosidade!!!

Liberando a segunda parte da via. Foto: Reginaldo Carvalho

Eu diria que o estilo da via é Esportiva de Parede, pois mescla proteções fixas e móveis e a grampeação apesar de segura, não estão muito próximas, principalmente na parte alta da parede. Quando ao grau ainda é difícil dizer, pois tem alguns lances ainda por liberar, mas imagino que deva ficar na casa de 9. grau. 

Escolhendo a peça pra proteger a virada do teto!! Foto: Reginaldo Carvalho
  


Apoio: Salamandra Escola de Montanha, Resseg, Jurapê Equipamentos para Aventura e Hard Adventure.


28 de maio de 2014

Cordilheira Real - Bolívia

Caminhada de aproximação com o majestoso Condoriri (5.648m) ao fundo. 

No mês de abril a equipe de joinvilenses Rubens Schroeder, André Coutinho e Alberto Dias, rumaram para os Andes a procura de aventura e  aprendizados nos Nevados bolivianos. 

A região escolhida foi o grupo Condoriri, um setor com várias e incríveis montanhas na casa dos 5.000 metros de altitude, com escaladas variadas, passagem por glaciares, rochas e arestas afiadas.


O acampamento base foi montado junto a laguna Chiar Khotaa a 4.600 metros de altitude e de lá que partiram para a escalada de duas montanhas.
Primeiro a fim de melhorar a aclimatação escalaram o Cerro Áustria com 5.300 metros de altitude e  700 m de desnível no dia 22/04.
Depois em 27/4 foi a vez do Pequeno Alpamayo (5.370m), uma escalada bonita que começa num glaciar até o cume do Nevado Tarija e depois segue por uma aresta de neve de boa qualidade com uma inclinação máxima de 60°.

Aproximação pelo glaciar em direção ao Pequeno Alpamayo.

Objetivo do dia ao amanhecer. Pequeno Alpamayo

André, Alberto e Rubens no cume a 5.370m

A aresta vista de cima pra baixo
Rubens no cume o Tarija com o Pequeno Alpamayo ao fundo
Pra finalizar a expedição ainda fizeram uma tentativa ao Huayna Potosí com 6.088 metros de altitude, pela rota normal, mas devido a uma forte nevasca, péssimas condições do gelo e ventos fortes tiveram que abortar a escalada aos 6.050 de altitude a menos de 150 metros do cume.

Belo visual no retorno do Huayna Potosí
Visual incrível da Cordilheira Real visto do glaciar do Huayna.

Apoio: Salamandra Escola de Montanha e Jurapê Equipamentos para Aventura.


22 de maio de 2014

Nova via Crux de Judas


Abrindo a temporada de conquistas, saiu nessa semana uma nova via no Morro da Cruz em São Chico.
Trata-se de uma linha bem interessante e factível, já vinhamos namorando ela a algum tempo e no momento certo com a parceria certa subimos rapidamente.

Guilherme limpando a primeira cordada.
São ao todo 75 metros divididos em duas cordadas, abertas de baixo pra cima, mantendo e reafirmando o estilo e a postura ética pra essa parede. 
A via começa na parede negativa logo a esquerda da Vó Laudi e vai seguindo entre ela e a Sambaki. A primeira cordada tem 30m e a segunda 45m, o grau ainda a confirmar, mas a sugestão é 4. V E2.

Partindo pra ação.

A nova linha,  Crux de Judas em vermelho.

Reginaldo atento na seg na primeira parada.
Recentemente essa parede sofreu uma boa manutenção, feita pela comunidade local de escaladores e Associação Joinvilense de Montanhismo, todas as proteções antigas foram trocadas e as vias podem ser escaladas com segurança.
Para saber mais sobre as outras vias CLIQUE AQUI.

Guilherme provando a segunda cordada.

Alegria compartilhada!!!

Visual da P2

Via Crux de Judas (4. V E2), primeira ascensão por Daniel Casas, Guilherme Forbeck e Reginaldo Carvalho em 21/5/2014, Pão de Açúcar em São Francisco do Sul.

APOIO: Salamandra Escola de Montanha, Resseg Aventura, Jurapê Equipamentos para Aventura e Hard Adventure.


Satisfeitos com a resultado.