Nos últimos tempos, aproveitando a boa temporada a ilha de São Chico foi destino certo para a abertura de novas vias e boulders.
Abaixo um apanhado geral das novas conquistas!
PÃO DE AÇÚCAR - VIA A FERRO E FURO (6. 7c/8a E2)
Uma via que surpreendeu, primeiro pela qualidade da linha, suas movimentações variadas e verticalidade e em segundo por manter uma graduação "sustenida" em toda sua extensão. Tem aproximadamente 100 metros divididos em 3 enfiadas de 7.o grau (sugestão).
Quem estava de olho nessa linha era Felippe Karvat, trocamos uma rápida ideia e topei de imediato, em 4 investidas finalizamos a via, limpamos e encadenamos.
A linha número 2 é a Ferro e Furo, entre as vias Desbravadores (1) e Dá ou Desce (2) |
Equipamentos adicionais: Camalot .5 ao 3 ou material similar.
Rapel: Ideal com corda de 70m. Com corda de 60 m, da última parada (P3) melhor rapelar para a P3 da Da ou Desce, depois voltar à P2 da via e seguir ao chão. Outra boa opção é levar os tênis e descer pela trilha (sentido Rocio) e contornar a parede pelo lado sul (10 minutos).
Croqui via A Ferro e Furo |
Aproveitando a onda e a parceria de Felippe Karvat, tinha vontade de tocar pra frente um antigo projeto na pequena parede voltada pra nordeste, onde ainda não tinha vias.
Esse setor é no mínimo interessante, parede vertical lisa, alguns sistemas de fendas e poucas agarras.
Chegando no cume o Pão de Açúcar - São Chico/SC |
O projeto em questão o qual chamamos de Escolha Errada, segue pelo óbvio sistema de fenda que atravessa a parede principal.
A via tem 30 metros e ainda não conseguimos liberar ela inteira, por enquanto até onde foi encadenada deu 8a, a parte alta ainda falta liberar.
É uma boa opção pra fazer força ou treinar/aprender a escalar em artificial móvel, grau sugerido A2. Levar camalots .3 ao 4 (repetir as médias), aliens, clifs diversos e nuts.
PÃO DE AÇÚCAR - VIA BELLA LUNA (6. 7c/8a E2)
Com certeza mais uma excelente escalada. As duas primeiras enfiadas foram abertas em 2012 e eram já bem frequentadas.
No começo da temporada foi terminada por Eduardo Sorriso e equipe, onde foi acrescentada mais uma enfiada de 30 metros até o final da parede, o grau ainda por confirmar deve ser algo entre 7c ou 8a. Tive o prazer de poder contribuir com sugestões e dar um "pega" pra provar o final. Na sequencia junto com Edu Maia encadenei emendando as duas primeiras enfiadas e fritando a cabeça no lance mais exposto da terceira, vale demais entrar nessa via!
Reginaldo na via Vó Laudi |
PAREDÃO DAS LÁGRIMAS
Um setor cheio de possibilidades que está sendo bem aproveitado, a cada temporada surgem boas escaladas.
As novas vias são: Lágrimas ao Sol (7b) com um lance final ainda por resolver e Roberta Nunes 10 anos (8a), uma bela linha negativa com boas agarras no começo e final, com lances mais técnicos e pouco óbvios no meio. Ambas as vias acabam na mesma parada e tem aproximadamente 25 metros.
Esse setor ainda tem muitas possibilidades de vias esportivas, tanto fixas como móveis.
Via Contraponto 8b |
Destaque para bloco do Ônibus que está desafiando a todos devido a sua negatividade e poucas agarras.
Sorriso tentando pegar o Ônibus |
Devido as excelentes possibilidades e pensando nos escaladores iniciantes, em companhia de Reginaldo Carvalho abrimos um novo Campo Escola na região, localizado no setor Tiriú.
O lugar já é um velho conhecido por causa de seus incríveis e incontáveis boulders a beira mar.
Campo Escola Tiriú |
Restauramos e melhoramos algumas vias antigas, mantendo o padrão original da conquista e abrimos novas vias para guiar com proteções fixas. Nos apoiaram nesse processo dando dicas e provando as vias logo após serem abertas: IzaBela P. Cardoso, Leo Schmitz e Thais Ávila.
Sabrine Ceccato na via Freefenda |
Felipe Shokida na via Minguante |
Jurapê Escalada |
Lucas na Billie Jean |
Amanda lobato em sua primeira guiada na via Billie Jean |
Essa foi uma via que valeu a pena ter sido aberta.
Conquistamos ela dentro do programa do curso de Abertura de Vias, onde a equipe de alunos: Dinnfer Reatto, Robson Georg e Samuel Mezzomo, pode aprender e por em prática o conteúdo adquirido.
Equipe Riso do Cavalo |
O programa foi composto de uma aula teórica, onde foi apresentado os equipamentos a serem utilizados e uma discussão sobre Conduta Ética, amparado pela Declaração do Tirol entre outros textos e documentos.
Uma aula prática no setor Tiriú para aprender a utilizar os equipamentos específicos, técnicas de progressão, instalação de proteções fixas, entre outras. Nesse dia foram abertos 3 novas vias para fazer em top rope, Freefenda IV, Maremoto V+ e Bob Rope IV+ e mais uma via para guiar, a Tubérculo V+.
Robson equipando o Maremoto (V sup). |
Dinnfer no aprendizado das técnicas equipando a via Tubérculo (V sup) |
No terceiro e quarto dia partimos para o Pão de Açúcar e abrimos vindo de baixo e 100% em livre a via Riso do Cavalo, que segue uma boa linha de agarras, em uma parede levemente positiva com algumas barrigas mais verticais e um pequeno sistema de fenda pra fechar a via com chave de ouro.
Samuel fixando uma proteção |
Dinnfer conquistando mais uma passada |
Utilizamos em todas as proteções fixas instaladas nessa e nas outras vias acima citadas chapeletas inox da Bonier Equipamentos.
Croqui Riso do Cavalo |